segunda-feira, 29 de abril de 2019

O frasco dos botões

O frasco dos botões
Era uma vez, uma menina que não gostava de brinquedos, os seus familiares ofereciam-lhe no seu aniversário ou no Natal, no entanto não brincava com quase nada e acabavam por ser dados a crianças que não tinham.
A sua Mãe tinha uma sala de costura em casa, era ai que fazia o seu trabalho e aproveitava para arranjar ou fazer roupas para a filha. Esta era ainda pequena e estava sempre debaixo de olho ali naquele espaço, entre linhas e trapos, não fosse fazer alguma marotice.
Podem pensar que não, mas o que mais a divertia era mesmo brincar com aqueles trapos espalhados pelo chão, tinham várias cores e desenhos mas também havia algo com que sempre estava curiosa, um frasco cheio de botões, adorava, ficava a olhar para eles, queria tocar-lhes, ver as cores, inventar brincadeiras, só que estava proibida de mexer o que a deixava triste.
Um certo dia, aproveitando a ausência da Mãe que a tinha deixado distraída a ver televisão para ir fazer uma entrega, entrou na sala de costura onde sabia que não podia ir sozinha, pegou no frasco e zás… espalhou os botões todos, tentou contar quantos eram, adivinhar as suas cores, as formas, brincou tanto, aquilo sim já lhe interessava, estava tão animada que quando olhou pela janela, viu a que a Mãe estava a chegar e desatou a correr e a meter os botões todos dentro do frasco, não podia faltar nenhum, fechou a tampa voltou a meter no sitio e quando ouviu a chave na porta, correu para o sofá.
Aquele simples frasco cheio de botões tinha deixado a menina tão feliz, nunca mais mexeu nele, pois não tinha ainda idade mas ficou com aquela lembrança desse dia e com a certeza que aquelas coisas simples é que faziam os seres pequeninos e grandes felizes, além de também ter percebido melhor o que os adultos queriam dizer quando conversavam com os seus botões…
©Susana Garcia Ferreira




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