terça-feira, 28 de abril de 2009

Espelho de água




Reflectes nele o teu rosto vivido,
cabelo em desalinho
traços pintados a pincel
alma pura,
olhar cristalino que confere á água uma tonalidade brilhante
face rosada,
boca de lábios carnudos por onde sussurras palavras mágicas,bonitas
o que te vai na alma e que movimentam a água.
É nesse espelho de água
que reflectes,
que te mostra o teu Eu
é ao mar imenso,
e a esse espelho de água
que recorres
que revelas as tuas mágoas,
as tuas dúvidas,os teus receios,
é nele que caiem as lágrimas que sulcam o teu rosto
como gotas num oceano,
respondendo a água com a sua linguagem própria como que a dar conselhos,ora se agita,ora apenas tem movimentos ondulantes.
Mas é também nesse espelho translúcido
que vês reflectido quem amas
e te ajuda a matar as saudades.
Quando desces até á praia e olhas esse espelho,
para partilhares com ele as tuas alegrias
o mar
fica manso
o espelho fica transparente,
é reflectido nele um grande sorriso
e a maré,as ondas vão calmamente
chamar todos os peixes,todas as espécies marinhas
para assistirem a tão magnifico espectáculo,
reflectido em todo esse infinito mar,
estendendo-se até ao horizonte,
a alegria do coração,
e toda a água parece dançar como a cauda de uma sereia e aplaudir
ao ver o brilho do teu olhar cristalino
como o espelho
e o teu sorriso que irá ficar guardado nas suas profundezas
como um tesouro.

Susana Garcia


1 comentário:

  1. Gostei deste teu poema e de toda a sensibilidade que o rodeia.
    Bela associação com a música de Paulo Gonzo.

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