sexta-feira, 27 de março de 2009

Vidro sem luz





Vidro sem luz,
espreito por essa vidraça
negra como breu,
por ela vejo a estrada de pedras negras
ouvindo apenas o ruido dos automóveis que nela passam
e o sussurro de alguém que aquela hora vagueia pela rua escura.
Vidro sem luz,
alma negra,
aura apagada,
guitarra sem cordas que não fazes ecoar
qualquer som no meu coração.
Vidro sem luz,
sem poder,sem energia,
escuridão das trevas,
que nos transporta ao vazio,
ao sentimento de perda
que nos fazes sentir pesadelos,
dor,
saudades da tua luz,
a espreitar pelas vidraças,
do teu brilho,
do teu calor quando o sol batia em ti,
ah!!! como as tuas cores eram bonitas,
os teus tons brilhantes como o sol,
mas agora és negro,
negro,como os dias cinzentos de chuva,
como a escuridão da noite que cai,
como o céu sem luar,
a tua luz simplesmente desvaneceu-se,
apagou-se,
e tudo o que se vê além de ti se transformou
e e´agora diferente,
mais escuro,
mais triste
uma sombra
sem vida.

Susana Garcia

1 comentário:

  1. Tenho gostado imenso da evolução da tua escrita, revela sem dúvida maior maturidade.Beijinhos.

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