sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Mãos

Agarra com as tuas mãos

não deixes fugir o que podes alcançar

Ergue as tuas mãos para o ar

onde as nuvens guardam os teus sonhos

Olha para o mar

Sente essa benção na tua alma pura

Toca no coração, bem lá no fundo.

Não penses na solidão, no vazio

tu nunca estarás só.

Lembra-te que as mãos são amigas

elas agarram-te se estiveres a cair para te levantar,

fazem-te sorrir e sonhar,

limpam o teu rosto se estiveres a chorar,

fazem-te nele uma festa para te animar

podem nas tuas pegar para te dar calor,

para te dar amor,

te ajudar e sempre te apoiar,

para contigo passear

partilhar e até amar.

As mãos irão sempre

dar-te miminhos para te acalmar

te abraçar,

mandar-te beijinhos,

fazer a tua tristeza diminuir

ao fazer-te sempre sorrir.

E jamais hão-de te ferir.



Susana

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Diário de um cão

Leiam este texto,é triste mas é a realidade,há seres ditos "humanos" que nem para os animais são bons ,para isso ,para os abandonarem em seguida mais vale nem os terem!!! Isto acontece muito no nosso país.

DIÁRIO DE UM CÃO

1a semana - Hoje completei uma semana de vida. Que alegria ter chegado a este mundo !

1 mês - Minha mamãe cuida muito bem de mim. É uma mãe exemplar !

2 meses - Hoje me separaram de minha mamãe. Ela estava muito irrequieta e, com seu olhar, disse-me adeus. Espero que a minha nova família humana " cuide tao bem de mim como ela o fez.

4 meses - Cresci rápido; tudo me chama a atenção. Há várias crianças na casa e para mim são como " irmaozinhos ". Somos muito brincalhões, eles me puxam o rabo e eu os mordo de brincadeira.

5 meses - Hoje me deram uma bronca. Minha dona se incomodou porque fiz "pipi" dentro de casa. Mas nunca me haviam ensinado onde deveria fazê-lo.Além do que, durmo no hall de entrada. Nao deu para aguentar.

8 meses - Sou um cão feliz! Tenho o calor de um lar; sinto-me tão seguro, tão protegido... Acho que a minha família humana me ama e me consente muitas coisas. O pátio é todinho para mim e, às vêzes, me excedo, cavando na terra como meus antepassados, os lobos quando escondiam a comida. Nunca me educam. Deve ser correto tudo o que faço.

12 meses - Hoje completo um ano. Sou um cão adulto. Meus donos dizem que cresci mais do que eles esperavam. Que orgulho devem ter de mim!

13 meses - Hoje me acorrentaram e fico quase sem poder movimentar-me até onde tem um raio de sol ou quando quero alguma sombra. Dizem que vão me observar e que sou um ingrato. Não compreendo nada do que está acontecendo.

15 meses - Já nada é igual... moro na varanda. Sinto-me muito só. Minha família já não me quer! As vêzes esquecem que tenho fome e sede. Quando chove, não tenho teto que me abrigue...

16 meses - Hoje me desceram da varanda. Estou certo de que minha família me perdoou. Eu fiquei tão contente que pulava com gosto. Meu rabo parecia um ventilador. Além disso, vão levar-me a passear em sua companhia! Nos direcionamos para a rodovia e, de repente, pararam o automóvel. Abriram aporta e eu desci feliz, pensando que passaríamos nosso dia no campo. Não compreendo porque fecharam a porta e se foram. "Ouçam, Esperem! "lati...se equeceram de mim... Corri atrás do carro com todas as minhas forcas. Minha angústia crescia ao perceber que quase perdia o fôlego e eles não paravam. Haviam me esquecido !

17 meses - Procurei em vão achar o caminho de volta ao lar. Estou e sinto-me perdido!No meu caminho existem pessoas de bom coração que me olham com tristeza e me dão algum alimento. Eu lhes agradeço com o meu olhar, desde o fundo de minh'alma. Eu gostaria que me adotassem: seria leal como ninguém!Mas somente dizem: " pobre cãozinho, deve ter se perdido. "

18 meses - Um dia destes, passei perto de uma escola e vi muitas criancas e jovens como meus "irmãozinhos ". Me aproximei e um grupo deles, rindo, me jogou uma chuva de pedras "para ver quem tinha melhor pontaria". Uma dessas pedras, feriu-me o olho e desde então, não enxergo com ele.

19 meses - Parece mentira. Quando estava mais bonito, tinham compaixão de mim. Já estou muito fraco; meu aspecto mudou. Perdi o meu olho e as pessoas me mostram a vassoura quando pretendo deitar-me numa pequena sombra.

20 meses - Quase nao posso mover-me! Hoje,ao tentar atravessar a rua por onde passam os carros, um me jogou ! Eu estava no lugar seguro chamado"calçada ", mas nunca esquecerei o olhar de satisfação do condutor, que até se vangloriou por acertar-me. Oxalá me tivesse matado! Mas só me deslocou as cadeiras!A dor e terrível! Minhas patas traseiras não me obedecem e com dificuldade arrastei-me até a relva, na beira do caminho.Faz dez dias que estou em baixo do sol, da chuva, do frio, sem comer.Já não posso mexer-me!A dor é insuportável ! Sinto-me muito mal; fiquei num lugar húmido e parece que até o meu pelo esta caindo...Algumas pessoas passam e nem me veem; outras dizem: "não chegue perto".Já estou quase inconsciente; mas alguma força estranha me faz abrir os olhos.A doçura de sua voz me fez reagir."Pobre cãozinho, olha como te deixaram ",dizia... junto com ela estava um senhor de avental branco. Começou a tocar-me e disse: "Sinto muito senhora, mas este cão já não tem remédio. "É melhor que pare de sofrer". A gentil dama, com as lágrimas rolando pelo rosto, concordou. Como pude, mexi o rabo e olhei-a, agradecendo-lhe que me ajudasse a descansar.Somente senti a picada da injeção e dormi para sempre, pensando em porque tive que nascer se ninguem me queria...

domingo, 16 de novembro de 2008

Princesa

Nesse dia especial tinhas o teu cabelo
louro e longo,
entrançado como se
se tratassem de mãos unidas.
No alto do teu cabelo
tinhas uma tiara de diamantes,
qual rainha ou princesa
vestias um vestido azul
da cor do céu
como se estivesses nas nuvens.
Era um dia especial,o dia do teu casamento
mas era um casamento fora do normal,
num lugar também ele especial.
Foste caminhando com os teus sapatos de cristal,
e a cauda do teu bonito vestido
ia-se arrastando
não sobre um tapete de veludo vermelho
mas sim sobre um tapete de relva
salpicado de pétalas de rosa
e em volta de um lado e de outro
tudo era verde,
da cor da esperança,
tudo tinha relva e árvores.
Chegaste por fim ao altar improvisado
e por ti esperava o principe,
homem honesto
simples,humilde
que nesse dia estava vestido
com o seu melhor fato.
A cerimónia decorreu,
chegou a altura do SIM e os corações vibraram,
e ouviu-se SIM com vozes emocionadas,
e o principe homem sensivel
e bastante romãntico
desfez-se em lágrimas de
enorme felicidade.
Em seguida beijaram-se ,
um beijo apaixonado
mas cheio de amor e carinho.
Terminada a cerimónia
rumaram ao mais luxuoso restaurante
onde iria decorrer o banquete,
uma festa simples
mas cuja comida era bastante requintada,
os copos eram de cristal
os talheres eram de prata
e a vista do restaurante era deslumbrante,
sobre uma praia de areia branca
com um mar de um azul limpido e transparente.
Foi decorrendo o banquete,
e já se ouvia a música que convidava a dançar,
a noiva com todo o seu talento
iniciou a dança com o seu par,
e todos os convidados ficaram maravilhados
com a beleza da dança da princesa.
Após termnar a festa,
e já exaustos rumaram a um hotel
onde iriam ser recebidos com todas as mordomias
e onde poderiam descansar e ter conforto
para partirem no dia seguinte
naquela que iria ser a lua de mel dos seus sonhos.
Assim foi
no dia a seguir voaram
para um país longiquo,
e ficaram por umas semanas alojados
num palácio perto
de montes e vales,
onde havia também uma praia
com areia fina
com um mar cristalino
e bastante palmeiras.
Degustaram diferentes sabores,
viveram bastantes sonhos essas semanas
viram várias vezes o luar,
rebolaram na areia
apanharam até frutos das palmeiras,
foram dias de sonhos que passaram os dois.
Por fim chegou a hora de regressarem á sua humilde casinha,
era simples,mas bastante boa
onde se respirava ar puro
se ouvia os sons da natureza,
onde havia o verde dos campos,
era ai que tinham a sua vida e não naquele palácio,
e nessa casinha agora unidos num só
tinham ainda muitos aromas a descobrir,
muitos planos
muitos sonhos para realizar.
muita felicidade para viver.

Susana

Anjo da guarda

Custou-me olhar para trás,
ver que vinhas a caminhar
pela berma da estrada
que já conhecia o silêncio dos teus passos.
Caminhavas
com um andar cansado,
com um ar desamparado
com a cabeça baixa
e com o olhar triste.
Pisavas as pedras da calçada,
que já conheciam o teu nome,
as pedras de tão longa estrada,
e continuavas a tua caminhada
até ao transporte que te havia de levar
ao lugar que precisasses.
Eu olhava e via-te cada vez mais a ficar para trás,
queria fazer algo
queria te acompanhar por esse caminho
por essa estrada
por onde ias sozinho,
e pensei como o poeta,
não amigo não vás por ai,
vem por aqui
sai dessa berma e vem comigo,
não me deixes triste
por te ver a caminhar sozinho.
Mas logo a seguir pensei ,
não o meu amigo não vai sozinho
tem alguém amigo também
tem alguém que o protege nesse longo caminho,
e esse alguém é o seu anjo da guarda,
ai sosseguei
pois sabia que ele ficava bem,
olhei para a frente e continuei.

Susana

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

último mar

Num barco fui navegar,
arrisquei-me no mar alto,
escuro,temido
onde só via a luz do luar
desbravei esse mar agitado,
de ondulações gigantes
que pareciam ir engolir o meu humilde e pequeno barco
onde me pus a remar,
a viajar sem rumo ,
por esse mar fora
para descobrir o horizonte
e queria ser capaz de conseguir.
Viajei por esse mar imenso,
vi nascer o sol,vi como era bonito quando se punha
vi muitas vezes o luar
a minha companhia das noites em que me dava o sono
mas não podia dormir,
tinha que remar e ir mais além,e vaguear pelas ondas.
Passaram muitos dias
já as forças me faltavam
os alimentos já rareavam,
mas estava quase a chegar,
já via o horizonte perto de mim
ou estaria a delirar ?
Mais tarde acordei do meu sonho e quis voltar,
quis regressar
deste que foi o último mar.

Susana