sexta-feira, 10 de abril de 2015



(SORRI! - Permite-te gostar de sorrir...)
Tens dias em que te faltam uns metros e o mundo,
uma mão e um corpo,
uma palavra e as outras - como cerejas,
e um ombro ao pé do rio
(o de um amigo).
Dizes que chorar no abraço de alguém
a quem dizes como vais te lava a alma
e te faz escorrer as lágrimas como a água da chuva
a caminho do mar
(das tuas mágoas).
Precisas disso – é o que mais dizes.
Mas um amigo é vento:
é o que te soa no sopro como a sua voz, na verdade,
mas é mesmo o vento
que aparece em tempo
para afastar os cantos dos teus lábios um do outro,
como se cada um fosse uma nuvem
e, entre eles, descobrisse um teu sol.
(Deixa que o destapem, é um sorriso.)
© Sérgio Lizardo